Arte -
Idade Media
Na fase inicial da Idade Media são usualmente considerados característicos: o desejo de simplificação, a estilização, a renuncia à profundidade espacial e a falta de proporção dos corpos. O elemento de importância que predomina na Idade Media é o seu caráter profundamente espiritual e religioso.
O caminho que distancia cada vez mais a arte crista do realismo da arte clássica bifurca-se em direções diferentes. Uma linha de desenvolvimento produziu o simbolismo que esta menos interessado em invocar a presença espiritual de personagens sagrados mediante a tradução de cada detalhe da cena numa linguagem cifrada da doutrina. O valor espiritual que se acreditava ter a obra de arte adquirido graças a essa tradução explica as características, de outro modo inteligíveis, da arte crista primitiva - a distorção do tamanho natural e a adaptação das proporções no significado espiritual dos objetos retratados. A chamada "perspetiva invertida", que apresenta as figuras principais, quando mais afastadas do espectador, numa escala maior que as figuras subalternas no primeiro plano.
Os estudiosos decididos a investigar na primitiva arte crista a cosmovisão metafisica da Idade Media interpretam todos os seus óbvios defeitos, em contraste com a arte clássica, como simplesmente fruto de uma opção deliberada e consciente; é um evidente absurdo interpreta-la de tal modo que negue todas as possibilidades de uma defasagem da arte crista primitiva. O que nela tem sido elogiado como simplificaçao deliberada, concentração magistral ou idealização consciente e intensificação do real são, amiúde, na verdade, mera incapacidade e pobreza, uma irremediável inépcia para traduzir corretamente as formas naturais e um primitivo e confuso método de desenho.
O caráter didático é a mais tipica das caracteristicas crista, quando comparada com as antigas; os gregos e romanos usaram a arte com bastante frequência como instrumento de propaganda, mas nunca a empregaram como uma simples veiculo de doutrina.
O Iconoclasmo não foi realmente um movimento inimigo da arte: não perseguiu a arte como tal, mas apenas um gênero especial da arte; lutou apenas contra as imagens de conteúdo religioso.
Ate o momento em que o cristianismo foi reconhecido pelo Estado, a Igreja tinha atacado o uso religiosos de pinturas por principio, tolerando-as somente em cemitérios, sob certas condições especificas. Mas mesmo ai os retratos eram proibidos, a escultura evitada e as pinturas restringidas a representações simbólicas. Nas igrejas, o uso de obras de arte era terminantemente proibido. Clemente de Alexandria sublinhava que o segundo mandamento é dirigido contra as representações pictóricas de toda e qualquer especie e que esse é o critério da Igreja primitiva e dos patriarcas. Apos a reconciliação da Igreja com o Estado, entretanto, desapareceu o temor de uma recaída na idolatria e as artes visuais puderam ser colocadas ao serviço da Igreja.
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